quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Um Pouco de Europa por Felipe "Darta" Binotto

Quando o Punhobol é Faustball.
Me dá até um nojo de mim mesmo quando pronuncio „faustball“ . A gente joga é punhobol! Agora diz aí para seus amigos o que é punhobol. Pogobol? Não, cai fora, nunca comprei aquele brinquedo do Gugu. Pu__etobol? Até sou adepto, mas isso não é esporte e vai fazer piadinha na put... O negócio é que pra dizer assim „faustball“, com pompa mesmo e enchendo o peito, a gente só diz na Europa.
Nossos amigos de lá estão investindo sempre uma grana. Nós temos aqui nossos muitos méritos, mas senso de organização coletiva ainda é só por lá mesmo. Sei lá se o dinheiro sozinho faz assim tanta diferença, mas quando olhamos as trocentas bolas novinhas do time do Elgg, nós até pensamos em pedir umas emprestadas. E a grama... bah!
Tá. Tudo bem. Mas mesmo assim, os caras ainda mantém o título das camisas mais ridículas do planeta. Sempre aparece algum time que acha que é o Atlético, o Flamengo ou o Coxa...ou os três juntos! Sem contar os times-de-homens-sensíveis que usam o rosa pra atrair os olhares do público. Rosa com amarelo então...Existem também os times bizonhos. Jogamos contra um time que tinha um lateral com a força do Conan, o porte do Schwarzenegger e altura.. a altura dele mesmo, assim bem grande. E eu disse lateral. Tinha um time que apelidamos carinhosamente de Tobleras (o nome vem do chocolate Toblerone), porque todos os caras eram gordinhos. Uns de óculos, outros nerds. Eles deram um pau na gente. Pareciam todos mini-Martin Beckers.
Desta vez, quando rolou um tempinho, nós fomos conhecer a tal Suíça. Fizemos guerra de bola de neve no alto da montanha, nadamos em lagos muito limpos, conhecemos muitas cidades, castelos, cagamos no mato (tá bem, fui só eu). Almoçamos com famílias diferentes, jantamos muito. Tomamos ceva quente muitas vezes. Os guri até deram uns beijinhos. O Gui por exemplo, ficou com uma guria linda (com os olhos mais azuis dos olhos azuis) sem conseguir falar duas frases consecutivas coerentes com ela. Mas eu sei que todos vão fazer um curso pra próxima vez. Daí talvez o Gui consiga uma de olho verde, grande padeiro.
Vendemos todas as camisetas. A viagem foi bem planejada. Não podemos nos esquecer porém de agradecer imensamente a ajuda da minha família suíça (os Kuppers) e os Rebsamen. O Markus Fehr então...bah. Quanta coisa nós ganhamos. Na despedida alguns suíços choraram, mostrando que esse nosso novo time é muito querido.
Viagem assim serve muito bem pra dar risadas. Dá pra conhecer bem as figuras que se escolhe como companheiros e acabam vriando quase que amigos obrigatórios. Tem que rolar uma briguinha também, porque nenhuma família vive sempre sorrindo. E sobre o punhobol, começamos a nos conhecermos como time, entender nossas falhas para aprimorar nos treinos. Não é porque os Tobleras jogam bem que nos vamos ganhar umas panças pra fazer a mesma coisa. E acho que em pouco tempo sairemos da sombra da antiga Sogipa, a melhor do mundo. Voltando mais algumas vezes pra Europa, treinando com a força da Sogipa e querendo ganhar, é possível que um dia joguemos o mesmo Faustball que nossos amigos veteranos insistem em nos ensinarem...